Apesar de detestar listas, e como nenhum dos meus indicados entrou no Fezes De Ouro, venho trazer meus álbuns rapístico-relacionáveis preferidos do referido ciclo espaço-temporal.
PS1 (clássico): Não coloquei os ditos “grandes lançamentos”, pois não ligo pra maioria e a maioria se encarrega de falar sobre.
PS2 (melhor console): Pra conseguir fechar a lista, e com dor no coração, não coloquei EPs, mixtapes e afins.
PS3 (tô feliz com minha CaixaX 360): Metade é instrumental, pois metade do que consumo também.
PS4 (não tenho grana): Só pela piada.
Então… VAMOS FODENDO LÁ!
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10. Shlohmo – Bad Vibes, 5th Anniversary Edition
Edição comemorativa, com 9 faixas extras, de um dos discos que me influenciaram e me inseriram em outras atmosferas de produção. Poderia ter dado lugar a outro, já que não é um álbum de inéditas? Poderia, mas continua relevante e com boas vibrações.
9. Astronautalis – Cut The Body Loose
Cerca de 5 anos após o álbum que me trouxe à sua ciência musical (parabéns se entendeu o trocadilho), o astronauta folclórico retorna para refletir sobre algumas estruturas sócio-culturais de poder, fugir de catástrofes romantizadas como “atos divinos” e criticar a glamourização criminal e o preconceito rural, mas também aproveita pra poetizar relacionamentos e filosofar sobre o que levar dum prédio em chamas, tudo naquela esfera experimental regada a whisky.
8. Elaquent – Worst Case Scenario
Grande adição ao eloquente cenário discográfico desse produtor canadense. Apesar de alguns contra-tempos de bateria que me incomodaram em dois casos específicos, os instrumentais são uma ótima mistura de “beats 2000 com roupagem 2010” e alguns contam com as participações do produtor/guitarrista Go Yama (ainda esperando o disco colaborativo prometido) e do arranjador/trompetista Octavio Santos; na parte vocal, além de Iman Omari, destaque para a emergente A l l i e.
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7. Open Mike Eagle & Paul White – Hella Personal Film Festival
Apesar de não ser entusiasta da arte de Paulo Branco (que, aliás, é o ponto fraco em algumas faixas), gosto muito de Maiquinho Aguiar e seu elegante senso de humor. O álbum funciona conceitualmente como uma série de áudio-filmes sobre questões internas do(s) protagonista(s), englobando vícios, tecnologia, racismo e por aí vai.
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6. BläpDëli – Woman
Mais um membro da nova safra de produtores experimentais que tem contribuído pra consolidação da cena instrumental.
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5. Blu & Union Analogtronics – Cheetah In The City
Nunca prestei muita atenção no rapaz “azu”, mas gosto muito dessa dupla parisiense de produtores (o primeiro disco deles, além de ótimo, tem um clássico). Vocalmente suja e instrumentalmente bela, essa união me agradou bastante.
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4. B. Lewis – Passing Portraits
Um dos meus produtores preferidos da nova safra. Parafraseando OG Thug: um homão da porra que, além de tudo, ainda canta e sampleia os próprios vocais.
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3. Swet Shop Boys – Cashmere
Embora goste de Das Racist, arrisco dizer que esse é um dos trabalhos mais sólidos do Heems. Aliado ao rapper/ator Riz Ahmed (sim, o carinha do Rogue One) e o produtor Redinho, o álbum incorpora elementos étnicos em seus instrumentais e letras que tratam, principalmente, do preconceito sofrido pelos imigrantes da Ásia e Oriente Médio em terras americanas/inglesas (Heems é descendente de indianos e Riz de paquistaneses), alternando entre críticas diretas e analógicas com boas pitadas de humor.
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2. Uyama Hiroto – Freeform Jazz
Em 2006 conheci Samurai Champloo e, consequentemente, Shing02, Nujabes e vários outros artistas que guiaram meu caminho musical na época. Hiroto era amigo e colaborador de Nujabes; embora não tenha tido o mesmo reconhecimento (ao menos por aqui), pra mim, era o melhor produtor do selo, sempre agregando espirituosas melodias aos samples costumeiros. Quase na contramão, esse álbum apresenta uma sonoridade mais orgânica, tanto em timbragem quanto mixagem (chegando a soar suavemente estourado em alguns momentos), porém mantém o mesmo espírito que me encantou há uma década.
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1. Aesop Rock – The Impossible Kid
Honrando o título de letrista mais genial de todos os tempos, o menino impossível fez outra obra-prima (lançada com uma versão bonequística d’O Iluminado). Dentre outros, a produção teve colaboração dos caras da Grimace Federation, daí o tom mais orgânico – se quiser saber mais, cola lá no meu podcast.
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Faça uma REAÇÃO/ANÁLISE dessa lista. Tchau!
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